O ESTADO A QUE CHEGÁMOS
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Nota: Preocupo-me com o estado do país onde nasci e resido. Por isso nos próximos dias irei deixar aqui uma análise pessoal da situação Portuguesa, começando no passado (anos 60) e indo até aos dias de hoje.
Espero com isso contribuir para a criação de soluções positivas.
Espero com isso contribuir para a criação de soluções positivas.
Portugal parece ter
chegado a um buraco. Um túnel em que nem se vislumbra bem uma luz ao fundo...
Como chegámos aqui? O
que aconteceu?
Como António Barreto, acho que para percebermos melhor
o estado a que chegámos, era essencial uma auditoria às contas públicas dos últimos
10 anos. Era essencial para percebermos onde se gastou o dinheiro que não se
devia gastar, onde foram os desperdícios, quais os grandes responsáveis, o que
falhou. Nem tudo terá sido mau, também se poderia perceber o que funcionou bem,
o que foi bom investimento, perceber afinal onde vale a pena investir para
agora construir um futuro.
Para compreender o presente talvez valha a pena olhar um pouco para o passado.
Viajemos no tempo:
Anos 60
Portugal no final dos
anos 60: Orgulhosamente sós.
Um país com baixo nível de vida para os padrões
Europeus, que nunca chegou a ter bem uma industrialização como noutros países
Europeus (A grande mudança operada nas sociedades desde o século XIX e durante
o século XX, em que se passou de uma sociedade essencialmente agrícola para uma
industrial, de rural para urbana).
Um povo pouco instruído, com uma elevada
taxa de analfabetismo, com a religião Católica a ter um peso fundamental na
sociedade, entrelaçando-se com o Estado e moldando uma cultura passiva e
resignada.
Algum tecido empresarial, sim, na posse de uma elite restrita e
sobre uma forte tutela do Estado. Uma economia fechada ao exterior por medidas
proteccionistas que, se por um lado fomentavam a produção nacional,
desmotivavam a inovação, a competição.
Uma sociedade sem sistema nacional de
Saúde, onde os hospitais públicos existiam apenas nas grandes cidades.
Um país
criticado por todos nas Nações Unidas por se recusar a fazer a descolonização
que já todos os outros países Europeus tinham feito, mas ainda assim tolerado
pelas outras potências Ocidentais e nomeadamente pelos EUA, por não ser Comunista,
por impedir a expansão da influência da URSS.
Grande parte da
população, no limiar da sobrevivência e residente em meio rural, procura no exterior melhores condições
de vida, emigrando para uma Europa em pleno desenvolvimento e que necessita
dessa mão-de-obra sem qualificações para efectuar os trabalhos mais duros.
(a continuar...)