sábado, 10 de dezembro de 2011


O ESTADO A QUE CHEGÁMOS
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Nota: Preocupo-me com o estado do país onde nasci e resido. Por isso nos próximos dias irei deixar aqui uma análise pessoal da situação Portuguesa, começando no passado (anos 60) e indo até aos dias de hoje.
Espero com isso contribuir para a criação de soluções positivas.


Portugal parece ter chegado a um buraco. Um túnel em que nem se vislumbra bem uma luz ao fundo...

Como chegámos aqui? O que aconteceu?

Como António Barreto, acho que para percebermos melhor o estado a que chegámos, era essencial uma auditoria às contas públicas dos últimos 10 anos. Era essencial para percebermos onde se gastou o dinheiro que não se devia gastar, onde foram os desperdícios, quais os grandes responsáveis, o que falhou. Nem tudo terá sido mau, também se poderia perceber o que funcionou bem, o que foi bom investimento, perceber afinal onde vale a pena investir para agora construir um futuro.


Para compreender o presente talvez valha a pena olhar um pouco para o passado.

Viajemos no tempo:

Anos 60

Portugal no final dos anos 60: Orgulhosamente sós.

Um país com baixo nível de vida para os padrões Europeus, que nunca chegou a ter bem uma industrialização como noutros países Europeus (A grande mudança operada nas sociedades desde o século XIX e durante o século XX, em que se passou de uma sociedade essencialmente agrícola para uma industrial, de rural para urbana).

Um povo pouco instruído, com uma elevada taxa de analfabetismo, com a religião Católica a ter um peso fundamental na sociedade, entrelaçando-se com o Estado e moldando uma cultura passiva e resignada.

Algum tecido empresarial, sim, na posse de uma elite restrita e sobre uma forte tutela do Estado. Uma economia fechada ao exterior por medidas proteccionistas que, se por um lado fomentavam a produção nacional, desmotivavam a inovação, a competição.

Uma sociedade sem sistema nacional de Saúde, onde os hospitais públicos existiam apenas nas grandes cidades.

Um país criticado por todos nas Nações Unidas por se recusar a fazer a descolonização que já todos os outros países Europeus tinham feito, mas ainda assim tolerado pelas outras potências Ocidentais e nomeadamente pelos EUA, por não ser Comunista, por impedir a expansão da influência da URSS.

Grande parte da população, no limiar da sobrevivência e residente em meio rural, procura no exterior melhores condições de vida, emigrando para uma Europa em pleno desenvolvimento e que necessita dessa mão-de-obra sem qualificações para efectuar os trabalhos mais duros.

(a continuar...)