Fisica Quantica e Mecanica Quantica, Multiversos e realidades paralelas

Desde há alguns anos que sou um curioso acerca deste tema: Física e Mecânica Quântica e as suas implicações filosóficas. Não sendo um matemático (muito longe disso ) e tendo fobia por toda e qualquer linha onde algarismos e letras se misturem com barras de fracções, expoentes e coisas dessas, ainda assim, o mundo (ou mundos) da física Quântica têm-me fascinado.
Mas então básicamente do que trata esta teoria? (vou tentar dar uma explicação que possa servir para leigos, e pessoas com poucos conhecimentos de matemática, como eu)

Essencialmente da forma como se regem as partículas (ou ondas) a um nível atómico, ou principalmente, sub-atómico. Enquanto a um nível macroscópico (grande) as leis de Newton e da Relatividade geral descrevem bem tudo o que observamos, ao nível microscópico (muito pequeno) os físicos começaram a notar no início do século XX que determinadas caracteristicas só podiam ser adequadamente descritas com novas fórmulas matemáticas e novas teorias.
Max Planck e depois Albert Einstein (sempre ele) desenvolveram a ideia de que, até mesmo a luz, é constituída por entidades individuais: Os fotões. Entretanto, acerca duns parentes próximos, os electrões (para quem não saiba: os electrões são as partículas que se convencionou terem carga eléctrica negativa, para distinguir da carga eléctrica positiva, e que andam principalmente em órbita dos núcleos dos átomos) começou-se a notar que era impossível determinar exactamente o local da órbita do átomo em que o electrão se encontra em determinado momento. Ou mais precisamente, que qualquer tentativa de determinar esse local leva à alteração do comportamento do electrão. O que é possível é , estatisticamente, determinar a probabilidade desse electrão se encontrar numa área, designada "nuvem" nessa órbita. Mas é apenas isso, uma probabilidade, sempre incerta, aqui não há certezas.
As implicações da teoria quântica têm sido muitas, ela é também uma das mais testadas e verificadas teorias científicas. Mas as suas implicações são, no mínimo, devastadoras, para o nosso senso comum. Tanto que, o próprio Einstein, sempre se recusou a admiti-las, levando a uma das suas mais famosas frases: "Não acredito que Deus jogue dados com o universo". É que ao postular que as leis do universo ao nível microscópico são apenas probabilidades, perde-se um dos fundamentos do conhecimento científico, o determinismo, a ideia de que existe uma realidade objectiva. Naquilo que é conhecida como a interpretação de Copenhagen, Niels Bohr e outros físicos afirmam: Não é o nosso conhecimento limitado ou as insuficiências das nossas teorias que levam os sistemas quânticos a serem vistos como probabilísticos, é o próprio universo que é probabilístico.
Mas a interpretação mais fantástica da física quantica foi desenvolvida inicialmente por Hugh Everett em 1956 e nos nossos dias por David Deutsch: É a interpretação dos "muitos-mundos" ou do Multiverso. Segundo esta interpretação, não existe apenas um universo, aquele em que aparentemente vivemos, mas um número infinito deles, cada um com a sua própria realidade. Se pegarmos em qualquer evento, qualquer situação, não existe apenas um acontecimento seguinte, um resultado para o momento seguinte, todos os resultados possíveis existem, cada um desenvolve-se no seu próprio universo e assim sucessivamente. quer isto então dizer que: "Num universo A você lê este artigo, aborrece-se e vai fazer outra coisa qualquer, no universo B este texto altera a sua vida e faz com que se vá tornar monge budista no tibete, no universo C você morre de ataque cardíaco, no universo D...bem as possibilidades são infinitas. A ideia fundamental é a de que todas as possibilidades existem, levando a um sem-número de universos paralelos.
Pergunta: Mas então porque nos parece que vivemos apenas num universo? Isso é a sua visão neste momento, no momento A você segue este universo de forma linear, e ao só conseguir focar num universo em cada momento só este lhe parece existir, ou pelos menos será assim que a sua mente o está a organizar de acordo com os príncipios pelos quais está habituada a conduzir-se. Mas no universo ao lado segue a outra sequência, e assim por diante.

Queria também referir que as aplicações das teorias quânticas hoje em dia vão dar a assuntos também tão fascinantes como: teletransporte, origem da vida, viagens no tempo, computadores quânticos, consciência humana.
Confuso? Bem, eu não sou de facto a melhor pessoa para explicar toda a física quântica e as suas teorias, para uma leitura mais aprofundada e ainda assim acessível, recomendo:

http://en.wikipedia.org/wiki/Quantum_mechanics
(página da wikipedia a partir da qual é possível seguir para muitas outras sobre o assunto, inclusivé com um texto para iniciados na matéria e sempre sem grandes desenvolvimentos de fórmulas matemáticas, pois como Stephen Hawking afirmou nos agradecimentos do seu livro "Breve história do Tempo": "alguém me disse que cada equação que eu incluísse no livro reduziria as vendas para metade")

http://www.newscientist.com/channel/fundamentals/quantum-world
(esta página da New Scientist dantes tinha todos os artigos disponíveis para consulta livre, mas, desde há algum tempo, a maior parte só está disponível na totalidade para assinantes da revista, ainda assim, vale a pena e alguns artigos ainda estão disponíveis na íntegra)

Paz, Luz, Amor, Unidade e um universo à medida dos vosso desejos (escolham bem!)
do
Johnny

(se por acaso alguém estiver num universo em que tenha conseguido ler isto até ao fim, eu gostaria muito de receber comentários ;-)